Dani Prandi/Do Bikemagazine
Fotos de divulgação
Henrique Avancini está de volta à ultramaratona Brasil Ride, que será de 15 a 21 de outubro na região de Porto Seguro, na Bahia, que recebe a disputa pelo segundo ano seguido. Desta vez, o brasileiro terá como parceiro o tcheco Jiri Novak, que venceu a competição em 2014 e 2015. Em entrevista ao Bikemagazine, Avancini conta que a Brasil Ride é sua prova preferida e que conhece e admira Novak como adversário, principalmente por sua postura tranquila.
“A Brasil Ride estava nos meus planos nesta temporada, queria muito competir este ano, principalmente porque no ano passado fiquei de fora, só nos bastidores, já que estava me recuperando de uma lesão”, lembra.
A dúvida era se o alemão Manuel Fumic, seu colega na equipe Cannondale e parceiro na ultramaratona Cape Epic, iria repetir a dupla. “Esperei a posição do Fumic, que decidiu que não seria bom terminar o ano com uma segunda ultramaratona principalmente após uma temporada tão longa, já que depois da Cape Epic ele disputou as etapas da Copa do Mundo e outras corridas”, completa.
“Com o Fumic a postura seria mais competitiva, mas, com o Novak, a ideia não é largar com o objetivo de resultados. A gente vai para a competição de forma séria, mas com uma postura mais tranquila, o que a gente conseguir entregar estará de bom tamanho. É uma postura que adotei muito pelo ano que tive e por projetar um 2018 com objetivos diferentes. Não quero terminar o ano com uma sobrecarga, quero terminar andando forte mas sem muita preocupação com o resultado”, continua.
“Tranquilo não quer dizer não fazer força ou andar rápido, mas sim como você lida com o stress da competição, tem gente que corre apavorado demais e com o Novak sei que não será assim”, destaca. “Conheço o Novak como adversário há algum tempo e fechei a parceria com ele porque sei que é um cara pouco estressado durante a prova, é um corredor calmo e é com essa postura que pretendo encarar a Brasil Ride. Pretendo estar em boa forma e acredito que ele estará em muito boa forma também”, completa.
Avancini acaba de retornar do Mundial de MTB em Cairns, na Austrália, onde conquistou um histórico 4º lugar para o Brasil. “Depois do Mundial tirei alguns dias de descanso, na verdade foram dias corridos, mas fora da bike, negociando algumas coisas para o futuro, novos projetos”, afirma. “O 4º lugar foi o resultado mais expressivo do ano, resultado de algo que vim construindo ao longo de 2017. Para o ano que vem quero fazer uma preparação tão boa ou até melhor. Estou terminando o ano em boas condições e isso me motiva ainda mais para 2018.”
De volta aos treinos, a preparação para a Brasil Ride inclui competir duas etapas da Taça Brasil de MTB, dia 1º de outubro em Simão Pereira (MG) e 8 de outubro em Maricá (RJ). “Vou fazer pequenas cargas de treinamento e pretendo usar estas duas provas para manter o ritmo. Acredito que será suficiente para chegar na Brasil Ride com bom ritmo, suficiente para sobreviver e fazer uma prova consistente, por isso mesmo nossa postura na prova será menos agressiva, eu diria”, continua.
Avancini, que já disputou a ultramaratona com Sherman Trezza, com o qual venceu a categoria Open em 2013 e a categoria American em 2014, e com Wolfgang Soares, seu “pupilo” da AVA Project, em 2015, sempre na região da Chapada Diamantina, vê a mudança de cenário com bons olhos. Pelo segundo ano na Costa do Descobrimento, a competição traz novos desafios. “Foi uma atitude corajosa dos organizadores tirar a prova de um lugar emblemático e que funcionava muito bem e levar para um lugar totalmente novo. Estou empolgado para pedalar naquela região porque parece ser um lugar bastante desafiador. Gosto de explorar lugares novos com a bike.”
Para a competição, Avancini conta que vai manter o setup de sua Scalpel Si full suspension usado durante a temporada. “Apesar do percurso ser pedalável com uma hard tail, acredito que a full será uma escolha melhor pelas minhas características. Vou usar pneus de rolagem mais solta e coroa 38, que foi a única coroa que usei durante a temporada, então isso acaba te habituando”, completa.
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