Última casa antiga da avenida Porto Seguro é demolida

Por: Teoney Guerra
20/05/2018 - 16:12:40

Por: Teoney Guerra

Após mais de quatro décadas de um gradativo processo de substituição das casas em prédios comerciais, a avenida Porto Seguro perdeu a única casa antiga que ainda guardava na faixada e no interior, a característica residencial.

Com a demolição desse imóvel, o de número 558, localizado na esquina da avenida Porto Seguro com a Duque de Caixas, nesta semana, resta apenas uma parte de uma casa, a de número 695, cujos cômodos da frente foram transformados em unidade lotérica, e assim, a fachada foi parcialmente descaracterizada. O casario antigo da mais antiga rua da cidade deixou de existir. Ficando relegada à memória dos moradores mais antigos, a imagem singela da rua de casinhas simples e quintais com árvores, que abrigava, na saída para Porto Seguro – hoje o primeiro quarteirão -, as casas de prostitutas que formavam o prostíbulo da povoação.

O fim do prostíbulo, a partir de 1973, quando Antônio Suaid, mais conhecido como Toninho da Brahma, comprou uns 15 dos imóveis que abrigavam botecos e casas de prostitutas e instalou a sua empresa, a Distribuidora Ideal, foi o importante episódio de transformação ocorrido na avenida Porto Seguro.

A década de 70 – após a conclusão da BR 101 e o início do ciclo madeireiro -, aliás, foi um período de avanço nesse processo de transformação da Porto Seguro, de rua residencial em rua de negócios, em razão do crescimento exponencial do comércio no povoado naquela década. Nesse período, dezenas de residências se tornaram lojas ou prédios comerciais com salas para escritórios nos andares superiores.

O desmanche do canteiro central que dividia a rua em duas pistas, com o corte das árvores, e a pavimentação asfáltica, intervenções posteriores, que modernizavam a via pública, contribuíram para essa transformação que, recentemente, excluiu da paisagem, dois dos seus prédios mais significativos. Um deles, um predinho de cor avermelhada localizado no meio do último quarteirão, de dois pavimentos, o primeiro de dois andares construídos no então povoado. O outro, o que abrigava o antes imponente Grande Hotel, de tantas histórias.

O casario antigo da Porto Seguro acabou, bem como as biroscas, os botecos, e com eles, muito da história local, sem que se preservasse um único imóvel que pudesse servir de lembrança de como se deu a criação dessa rua, tão representativa para a história da cidade.

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