Por: Teoney Guerra
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Estar fazendo uma viagem pelo túnel do tempo da história do automóvel no nosso pais foi a sensação predominante entre os mais de 3 mil visitantes do I Encontro de Carros Antigos de Eunápolis, realizado no sábado, dia 23.
Mais de 90 exemplares de carros fabricados no nosso país desde a década de 1940 mostraram a gente de todas as idades como eram os veículos de “antigamente”, e mataram a saudade deixada nos mais velhos, por “preciosidades” e veículos que, muitas vezes, se tornaram uma espécie de paixão nacional.
Os fuscas e opalas foram os carros antigos mais “mimados” e fotografados, porém, outros modelos menos desconhecidos, raros até, também chamaram muito a atenção dos visitantes. Foi o caso do Ford F-1, uma caminhonete fabricada no ano de 1949, o carro mais antigo exposto; o Jeep Willys, fabricado em 1967; a picape F-75 Ford, dos anos 60.
Em se tratando de admiração, os fuscas ficaram em primeiro lugar, e demonstraram ser o carro mais vendido da Volkswagen o preferido pelos colecionadores e antigomodelistas. Quase duas dezenas de Fuscas, nas diversas versões, foram expostos no evento. Aliás, a Volks teve um grande número de carros expostos. Além dos Fuscas, Kombis, Paratis, Variantes, Brasílias, Gols, Santanas e Saveiros.
Os Opalas também estiveram presentes em grande número, cerca de uma dezena, nos diversos modelos: cupê, especial e SS, e foram – como são em qualquer exposição de antigos –, igualmente aos fuscas, muito admirados, acariciados e fotografados.
Dois exemplares do Corcel foram, igualmente, muito “mimados”, comprovando a admiração existente ainda hoje, pelo carro da Ford que foi campeão de vendas no final da década de 1960 – quando foi lançado – e na década seguinte.
A Fiat teve como destaque um modelo 147 L, ano 1979, o primeiro veículo fabricado no nosso país pela montadora italiana.
Chevettes, Paratis, os Jeeps, a Blazer, os Comodoros, Ômegas, o Verona, o Bandeirante da Toyota, entre tanto outros veículos menos conhecidos, foram também expostos, e chamaram a atenção dos visitantes.
A Veraneio, veículo dos anos 70, que há quem considere ter sido a precursora dos atuais SUVs, teve também lugar de destaque, sendo admirada por centenas de pessoas.
NACIONAIS – Dois veículos, em especial, relembraram igual número de tentativas, que não prosperaram, de desenvolvimento de uma indústria automotiva 100% nacional: um exemplar do Puma GT 1600 e outro do Jordânia.
O Puma não chegou a ser genuinamente nacional. É um carro esportivo – já fora de linha -, de desenho arrojado, montado sobre uma plataforma do Fusca ou Brasília, e equipado com um motor 1600 do Fusca. Era produzido à mão, por isso, sua venda era limitada a poucos exemplares.
O outro carro, o Jordânia, é uma espécie de jipe da Engesa (Engenheiros Especializados S. A), empresa focada no setor bélico, 100% nacional, que durante mais de 30 anos – entre fins dos anos 50 e meados dos anos 90 - fabricou veículos e equipamentos militares. O Engesa 4 Jordânia, que foi exposto no sábado, foi fabricado em 1992; foi o último lançamento da fábrica que, em meados daquela década, encerrou as atividades.
Foi sentida a falta de pelo menos um exemplar, um modelo de um dos carros fabricados pela Gurgel, a mais importante de todas as fábricas de carros nacionais, que, durante mais de duas décadas pôs no mercado nacional cerca de 40 mil veículos, chegando a concorrer com as grandes montadoras internacionais que aqui atuavam na época. Há em Eunápolis, ao menos um modelo da Gurgel.
ORGINALIDADE – De uma forma geral, os veículos expostos não têm um alto percentual de peças e componentes originais, que valoriza mais um carro antigo. São carros com cerca de 50% ou 60% de “originalidade”, como se diz no jargão dos antigomodelistas. Porém, quase duas dezenas dos antigos expostos estão bem acima dessa média, como uma Blazer 88/89, que tem 100% de peças e componentes originais, e a Picape F-75, que, tem 99% das peças e componentes, também originais.
O Engesa 4 Jordânia, ano 1992, de Eduardo, tem 98% de “originalidade”; o Jeep Willys, ano 1967, de propriedade de Cledson Viana, o Pit, tem 90% de “originalidade”; mesmo percentual da Variant 1.7, ano 1980, de Ricardo Reis. Já o Fusca ano 1966, de Aloísio Júnior, tem 85% de “originalidade”.
O EVENTO – O I Encontro de Carros Antigos de Eunápolis teve a realização do “Loucos por Antigos”, o clube de carros antigos da cidade, que foi fundado em 2016. O evento que reuniu 94 veículos de cidades da região, como Porto Seguro, Itabela e Itamaraju, de outras regiões do nosso Estado, como de Itabuna e de Conceição do Coité, e até de outro estado, de Maringá (PR), fez parte do calendário baiano de antigomodelismo.
Para o presidente do Loucos por Antigos, Marcus Gontijo, o evento lhe proporcionou uma “extrema satisfação, ao ver o trabalho realizado pelo Clube Louco por Antigos”. Acrescentou que o clube evoluiu muito nesses dois anos em que ele tem sido presidente, e finalizou agradecendo a todos: colaboradores, visitantes e aos patrocinadores.
O Encontro distribuiu os seguintes prêmios/distinções: