Israel lança represália contra ONU após resolução do Conselho de Segurança que condena assentamentos

Por: Da redação
25/12/2016 - 07:39:35

Primeiro-ministro Benjamin Netanyahu declarou que relações com ONU serão revisadas e repasse de US$ 7,8 milhões a órgãos da entidade será interrompido

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou neste sábado (24/12) que as relações do país com a ONU serão revisadas e interromperá “de maneira imediata” o repasse de US$ 7,8 milhões a cinco órgãos da entidade.

“Pedi ao Ministério de Relações Exteriores um estudo de nossas relações com a ONU no prazo de 30 dias. Ele tem relação com nosso financiamento a órgãos das Nações Unidas como quanto a presença de nossos representantes”, disse Netanyahu em um ato público em Jerusalém.

A declaração do primeiro-ministro veio após a aprovação pelo Conselho de Segurança da ONU de uma resolução que condena a política de assentamentos de Israel em territórios ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Ocidental, aprovado nesta sexta-feira (23/12) com a abstenção dos Estados Unidos.

Além das medidas contra a ONU, Netanyahu enumerou medidas adotadas nas últimas horas contra Nova Zelândia e Senegal, responsáveis junto a Malásia e Venezuela pela proposta da resolução, que havia sido adiada pelo Egito após intervenção do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.

Sobre Senegal, Netanyahu disse ter convocado o embaixador de Israel para consultas e retirado a cooperação. Além disso, prometeu que não serão as únicas medidas a serem tomadas contra o país.

No discurso, o primeiro-ministro anunciou que a resolução é a "gota d'água" para Israel, que não deixará ser "enrolado" nos fóruns internacionais. "Da amargura sairá doçura. Os que trabalharem com Israel ganharão. Os que não, perderão", disse Netanyahu.

O Ministério das Relações Exteriores de Israel explicou que o país irá suspender o financiamento a quatro órgãos da ONU, não cinco como anunciado pelo primeiro-ministro. Todos são secretarias especializadas que têm relação com o problema palestino.

O primeiro-ministro também reiterou os pontos centrais da firme crítica feita nesta sexta-feira ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, considerado por Netanyahu o culpado pela aprovação da "vergonhosa resolução" e acusado de romper a histórica política americana de proteger seu principal aliado no Oriente Médio contra ações tomadas pela ONU.

"Todos os presidentes desde (Jimmy) Carter respeitaram a política de não impor resoluções ao conflito (palestino-israelense) através do Conselho de Segurança. Na sexta-feira, vimos um compromisso pessoal explícito de Obama, que deu um golpe na mesa", disse Netanyahu, ao ressaltar que a medida só "afastará a paz da região".

"Nossos amigos que estão entrando no governo dos EUA lutarão contra essa resolução, assim como os congressistas democratas e republicanos", disse o primeiro-ministro, citando de forma indireta o presidente eleito, Donald Trump, que chegou a pedir a Obama que vetasse a resolução no Conselho de Segurança

PUBLICIDADE

Últimas Notícias



PUBLICIDADE

Copyright © 2003 / 2024 - Todos os direitos reservados
NossaCara.com é propriedade da empresa Nossa Cara Ponto Comunicações e Serviços Ltda.
CNPJ: 07.260.541/0001-06 - Fone: (73) 98866-5262 WhatsApp