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Por: Urbino Brito
Revisor: Bento Quinto
O que mais mim deixa triste é ver o nosso Rio Buranhém (Rio do Peixe, que peixe hoje só no apelido), que já foi um rio poderoso que todo mundo tinha medo de se aventurar em suas águas em determinados pontos do seu percurso.
Tomemos como exemplo a travessia para os córregos do Itu e Platina, localizada na frente da sede do finado Domingos Batista, onde há 40 anos se passava a cavalo, com o animal nadando. Que saudoso tempo bom! Atravessava-se, também de balsa porque era uma época de abundante vida natural. Hoje só tem areia como mostram as fotos que ilustram essa matéria. Ainda hoje no local existem os restos do ancoradouro da balsa, doce lembrança.
Eu, Urbino Brito, repórter fotográfico e editor do NossaCara, fico indignado com o descaso com que vem sendo tratado o nosso Rio Buranhém pelas autoridades dos municípios, e das esferas estadual e federal.
Fotos em 25/12/2015 pedalando pela beiro do rio
Toda vez que fazemos uma cobrança sempre dizem que está se fazendo projetos que nunca saem do papel! Nada fazem para cuidar do agonizante Rio, uma das maiores riquezas desta microrregião. Quando a água acabar aí quero ver como vamos fazer para matar a sede da população! Só para se ter noção do descaso como a questão é tratada vejam os orçamentos dos municípios, as merrecas de dinheiro que é destinada ás questões do meio ambiente. Todos os governantes nos três níveis só acham que Educação, Saúde e Infraestrutura é que são importantes. Esquecem eles que se tivermos um meio ambiente saudável os gastos com saúde serão bem menores.
Venho denunciando a situação do Rio Buranhém há muito tempo, mas parece que estou pregando no deserto e nada acontece. Em 28/12/2012 consegui que meu amigo Dr. João Carlos Xavier, sensibilizado com a situação colocou sua aeronave a disposição e, então, corri atrás de parceiros, consegui o dinheiro para colocar combustível no avião e voamos de Eunápolis até o município mineiro de Santo Antônio do Jacinto, onde o Rio nasce. Seguimos o curso do Rio fotografando a situação triste devido ao desmatamento das margens do Rio do Peixe e ao assoreamento, onde só se vê bancos de areia. Não conseguimos fotografar a Pedra do Cachorro na Serra dos Aimorés onde o Rio nasce, porque tinha um tapete de nuvens e não conseguimos descer; a retornamos para Eunápolis.
Em 27/12/2015 fiz novo sobrevoo com Dr. Mário Gontijo que também preocupado com a situação do nosso Rio colocou sua aeronave a disposição para um novo sobrevoo sobre o tão combalido Buranhém. Neste sobrevoo deu até vontade de chorar ao ver a situação em que o Rio se encontrava devido à seca inclemente que se abateu sobre a nossa região... corredeiras que antes se parava para tirar fotografias estavam sem uma gota de água; cachoeiras como a do Pouso Alegre, no município de Guaratinga, estava quase totalmente seca! Era um cenário tenebroso, durante o sobrevoo perdemos o curso do Rio duas vezes antes de Santo Antônio do Jacinto, em Minas, devido a água quase ter desaparecido.
Novamente em 08/04/2016 o empresário Artur Trindade, colocou seu avião a nossa disposição e fizemos mais um sobrevoo para mostrar o estado lastimável em que o nosso velho e bom Rio Buranhém ou Rio do Peixe se encontra, mas parece que nada disso muda a falta de sensibilidade dos governantes para a situação em que se encontra o rio. É esta caros internautas a situação em que se encontra o Rio que é o principal manancial que traz a vida para os quatro municípios banhados por suas águas: Santo Antônio do Jacinto – MG, Guaratinga, Eunápolis e Porto Seguro na Bahia, sem contar os povoados e comunidades rurais banhadas e abastecidas tão generosamente pelas suas águas.
Fotos em 16/12/2015 com funicionários da Secretária Municipal de Meio Ambiente
Então espero que esta matéria desperte em todos os secretários de meio ambiente e prefeitos dos municípios banhados pelo Rio; e a toda a sociedade em geral para que tomemos algumas atitudes para salvar a nossa principal fonte de vida.
O Rio Buranhém em Tupi Guarani “Árvore Doce” (Rio do Peixe ou ainda Rio Porto Seguro), nasce na Pedra do Cachorro, em Serra dos Aimorés, estado de Minas Gerais. Tem uma extensão de 148km, sendo 20 no estado vizinho e 128km no estado da Bahia.
