Moradores que pegaram dinheiro deixado por ladrões são presos no MA

Por: UOL / Noticias
28/11/2018 - 15:59:44

Por: Mário Bittencourt
Colaboração para o UOL
em Vitória da Conquista (BA)

A polícia do Maranhão disse que recuperou R$ 3,5 milhões dos R$ 100 milhões roubados de um centro de distribuição do Banco do Brasil em Bacabal (MA), a 250 km de São Luiz, domingo (25).

O dinheiro recuperado ficou espalhado pela cidade durante a fuga dos criminosos. Parte das cédulas de R$ 100 e R$ 50 estavam com moradores da cidade que pegaram os maços deixados pelo caminho.

Oito pessoas que estavam pegando dinheiro que restou no centro de distribuição foram detidas por furto, sendo dois deles policiais militares.

Um dos policiais é do Piauí, o que levou a polícia a desconfiar da presença dele na cidade. O policial está sendo investigado como informante do grupo criminoso.

Na ação criminosa morreram quatro pessoas: três suspeitos de participação no roubo e um morador da cidade.

A polícia informou que armas e munição de grosso calibre foram apreendidas.

O local onde estava o dinheiro levado pela quadrilha é um centro de distribuição regional que pertence ao Banco do Brasil e fica anexo a uma agência.

Em nota, o banco informou que "trabalha para recompor as estruturas danificadas". "O Banco não informa valores subtraídos durante ataques à sua rede e confirma a ocorrência de saques após a fuga da quadrilha", diz o texto.

A SSP-MA (Secretária de Segurança Pública do Maranhão) reclamou do fato de o Banco do Brasil não ter informado à polícia "sobre recebimento de quantia em dinheiro bem maior que de costume, pois quando isso ocorre é montado esquema prévio de reforço da segurança".

O secretário Jefferson Portela disse que a SSP-MA mantém em Bacabal policiais especializados, integrantes de um grupamento chamado Cosar, "que utilizam armamento de alta tecnologia".

A equipe é responsável por garantir a segurança e regularidade das ações em dias de pagamento.

QUADRILHA ATACA CIDADE NO INTERIOR DO MARANHÃO

Líder de fação baiana comandou ataque, diz secretaria

Segundo informação divulgada nesta terça-feira (27) pela SSP-MA, o ataque a Bacabal foi comandado por José Francisco Lumes, o Zé de Lessa, líder de uma facção criminosa da Bahia que possui mais de 80 integrantes e que está foragido no Uruguai.

De acordo com a SSP-MA (Secretaria de Segurança Pública do Maranhão), as forças policiais uruguaias e a Interpol já foram acionadas para prender o traficante.

Na Bahia, o traficante que é especializado em assaltos a bancos, comanda a facção BDM (Bonde do Maluco), a maior do estado e que possui atuação conjunta com o PCC (Primeiro Comando da Capital), mas no Maranhão atuou sozinha, segundo a polícia.

Um dos três suspeitos mortos pela polícia na ação é Edielson Francisco Lunes, irmão de Zé de Lessa.

Edielson, diz a SSP-MA, era subchefe do grupo de 30 a 35 homens e repassava as ordens de Zé de Lessa.

Os outros mortos são o paraense Warley dos Reis Souza, conhecido como Bombado, e Gean Martins Rocha, do Tocantins.

O quarto morto foi um morador de Bacabal que havia filmado com o celular a fuga dos bandidos pela ponte da cidade e foi atingido pelas costas.

Inicialmente havia sido divulgado que ele tinha sido baleado pela Polícia Militar, mas a SSP-MA afirmou ele foi morto por bandidos.

A polícia concentra as buscas pelo demais integrantes da quadrilha (cerca de 50 participaram do roubo) em uma área de mata entre as cidades de Bacabal e Lago da Pedra, onde a polícia desconfia que haja criminosos escondidos.

Na região são realizadas barreiras e revistas, e aeronaves monitoram vias e acessos.

Segundo informou SSP-MA na manhã desta quarta-feira (28), não foram registradas ocorrências na madruga. A cidade de Bacabal e região está com policiamento reforçado na busca pelos criminosos.

Quem é Zé de Lessa

Zé de Lessa é o ás de ouros do Baralho do Crime da SSP-BA (Secretaria da Segurança Pública da Bahia), ferramenta que reúne os principais criminosos do estado. Na Bahia, a BDM rivaliza com a facção Katiara.

Preso em 2001, Zé de Lessa chegou a cumprir metade da pena de mais de 28 anos de prisão por tráfico de drogas e homicídios. Em 17 de abril de 2014, ele foi beneficiado com a prisão domiciliar para tratar da saúde --precisava operar punhos e cotovelos.

Ao sair, foi morar na cidade de Coronel Sapucaia (MS), na divisa com o Paraguai, de onde começou a enviar carregamentos de drogas para abastecer a quadrilha na Bahia, segundo investigações.

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