Enquanto o café arábica inicia o mês com queda expressiva de 2,19%, o robusta surpreende com leve alta e sinaliza possível retomada após semanas de desvalorização
Por: Urbino Brito
O mercado brasileiro de café iniciou a primeira semana de agosto com movimentos opostos entre as principais variedades da commodity. Nesta segunda-feira (04/08), o café arábica apresentou uma queda expressiva de 2,19%, com a saca de 60 quilos sendo negociada a R$ 1.772,27 na cidade de São Paulo, segundo dados do Indicador Cepea/Esalq. A retração marca o início de agosto com viés de baixa, refletindo possíveis ajustes do mercado após recentes oscilações nos preços internacionais e variações cambiais.
Na comparação com a última sexta-feira (1º), quando a saca era cotada a R$ 1.811,87, o arábica acumula uma perda de R$ 39,60 em apenas um dia. Ao longo da última semana de julho, os preços vinham oscilando, com leve recuperação em alguns momentos, mas a tendência predominante foi de queda. No acumulado do mês, a desvalorização também é de 2,19%.
Esse comportamento pode estar relacionado a uma combinação de fatores, como boas perspectivas para a colheita da safra atual no Brasil, o clima favorável em regiões produtoras, e uma possível retração da demanda internacional em curto prazo. Além disso, a variação do dólar, que influencia diretamente as exportações, pode ter contribuído para a movimentação dos preços.
Robusta começa o mês em alta, após semanas de queda
Enquanto o arábica registra queda, o café robusta inicia agosto com uma leve alta de 0,11%, com a saca de 60 kg negociada a R$ 1.029,60, segundo o Indicador Cepea/Esalq. A valorização, embora tímida, representa uma mudança importante no cenário de preços do robusta, que vinha acumulando perdas expressivas no mês de julho.
Nos últimos dias, o robusta teve um desempenho volátil. Após fechar o mês passado com uma desvalorização acumulada de quase 7%, o café começou a apresentar sinais de recuperação. No dia 30 de julho, por exemplo, a saca subiu 1,79%, e desde então vem mantendo uma leve tendência de alta.
A valorização do robusta pode estar ligada ao aumento da demanda por esse tipo de café no mercado interno, além de uma leve pressão nos estoques disponíveis. Esse tipo de café, mais utilizado na indústria de solúveis, também tem sido uma alternativa diante do arábica mais caro nos últimos meses.
Perspectivas do mercado
O início de agosto reforça a volatilidade que tem marcado o mercado de café nos últimos meses. Enquanto o arábica sente os efeitos de uma possível recomposição de oferta e fatores cambiais, o robusta parece começar a se recuperar após semanas de queda.
Especialistas do setor acompanham com atenção o andamento da colheita da atual safra, que pode influenciar fortemente os preços nas próximas semanas. Além disso, fatores macroeconômicos, como as decisões de política monetária nos Estados Unidos e a movimentação cambial, devem seguir influenciando o comportamento das cotações no Brasil.