
Por: Urbino Brito
O mercado pecuário inicia esta quarta-feira (26) sob influência de um cenário marcado pelo aumento da oferta de animais terminados, o que mantém os preços do boi gordo em queda nas principais praças pecuárias do país. Em São Paulo, referência nacional para as negociações, a arroba registrou nova desvalorização e reforça a tendência de acomodação observada nos últimos dias.
Segundo os dados mais recentes do setor, a arroba do boi gordo está sendo comercializada hoje a R$ 321,25, após queda de 0,37%. O movimento de retração, embora moderado, reflete a combinação de escalas de abate confortáveis, maior volume de animais provenientes de confinamentos e ritmo mais lento na reposição.
Com frigoríficos operando com escalas alongadas e maior disponibilidade de boiadas prontos para abate, o poder de barganha tem permanecido mais favorável à indústria. Essa condição reduz a necessidade de competição entre compradores e acaba limitando qualquer avanço nos preços, especialmente nesta reta final de novembro.
Além disso, o aumento gradual da oferta de animais confinados, típico deste período do ano, contribui diretamente para ampliar a pressão sobre as cotações, que já vinham apresentando instabilidade desde o início do mês.
Do lado da demanda, o consumo doméstico de carne bovina mantém um ritmo regular, sem grandes picos, o que impede uma reação mais forte no mercado. Mesmo com a proximidade das festas de fim de ano, o comportamento do consumidor continua cauteloso — fator que ajuda a explicar a dificuldade de recuperação mais consistente nos preços.
Ainda assim, as exportações permanecem em bom nível, especialmente para a China, o que impede uma queda mais acentuada no cenário nacional. O fluxo externo continua sendo um importante sustentáculo para o setor.
Para o curto prazo, analistas avaliam que o mercado deve seguir estável a levemente pressionado, a depender da continuidade da oferta nos próximos lotes e da movimentação dos frigoríficos em suas programações de abate. Caso a disponibilidade de animais diminua, existe possibilidade de reação; caso contrário, a tendência de estabilidade com viés de baixa deve se manter.