
Mercado pecuário inicia o dia com ajuste negativo, refletindo cautela dos frigoríficos e ritmo mais lento nas negociações
Por: Urbino Brito
O mercado do boi gordo abriu esta terça-feira (30/12) com leve pressão baixista. De acordo com dados do indicador do boi gordo Cepea/B3, a arroba registrou recuo de 0,47% e passou a ser negociada a R$ 318,00 no estado de São Paulo, principal referência nacional para o setor pecuário. O movimento reflete um cenário de maior cautela por parte dos frigoríficos, que seguem testando valores mais baixos diante de uma demanda interna ainda moderada.
Nos últimos dias, o avanço das escalas de abate contribuiu para reduzir a urgência das indústrias em pagar mais pela arroba. Com parte dos frigoríficos já operando com programação confortável, o poder de barganha tem se inclinado momentaneamente para o lado comprador, especialmente nas regiões onde a oferta de animais terminados se mostra mais presente.
Apesar do ajuste negativo observado nesta terça-feira, analistas destacam que o mercado ainda se mantém relativamente firme, sustentado pelos custos elevados de produção e pela retenção estratégica de animais por parte de alguns pecuaristas. Muitos produtores seguem resistentes em aceitar preços muito abaixo dos patamares recentes, aguardando uma reação do mercado ao longo das próximas semanas.
No cenário externo, as exportações continuam sendo um fator importante de sustentação. O desempenho das vendas de carne bovina brasileira ao mercado internacional segue positivo, o que ajuda a evitar quedas mais acentuadas nos preços da arroba, mesmo diante de oscilações no mercado interno.
Já no comparativo com outras cadeias do agronegócio, indicadores como o Café Robusta Cepea/Esalq, amplamente divulgados em parceria com o Brasil 61, reforçam a volatilidade atual das commodities agrícolas e pecuárias, influenciadas por fatores climáticos, comportamento do consumo e dinâmica de oferta e demanda.
Para os próximos dias, a expectativa é de um mercado ainda marcado por ajustes pontuais, com negociações acontecendo de forma cautelosa. O pecuarista segue atento às movimentações da indústria e ao ritmo das exportações, que devem continuar sendo determinantes para a formação dos preços do boi gordo no curto prazo.
Fonte: CEPEA/ESALQ e Brasil 61