Na última quinta-feira, dia 7, o 2º Festival Caju de Leitores chegou ao fim. O evento que reuniu mais de mil pessoas durante os quatro dias já deixa saudades. Segundo o anfitrião, Sairi Pataxó, "o festival foi um grande momento de unir e reunir os parentes de várias partes do Brasil com fortalecimento cultural, vivência e muita integração".
“O Caju de Leitores contribui sempre para que os jovens do nosso povo reflitam e se interessem em entrar no mundo literário. É um incentivo para eles. Além disso, o Festival une diversos parentes escritores de todo o Brasil. É um momento mágico. Eu, que fui descoberto aqui, também como escritor, conheci novos autores e ganhei muito com a troca de conhecimentos”, completa.
A organizadora do Caju de Leitores, Joanna Savaglia entende que a importância do Festival, tanto para Caraíva quanto para o Território indígena Barra Velha é dar visibilidade para questões importantes, como as demandas indígenas e de iniciação nos caminhos da leitura, ambas importantes para todos os povos.
“Trabalhando a questão da leitura estamos abrindo caminhos para novos autores e para outros futuros profissionais, já que a compreensão de texto é fundamental para todos que estudam. Além disso, mostrar a luta contínua dos povos indígenas pelo seu espaço originário e o cuidado com a natureza é uma ferramenta que atinge todos os povos do planeta e precisa ser ampliada e amplificada”, ressalta.
Fortalecimento
Segundo Sairi Pataxó: “O povo tem gostado muito e prova que o Caju de Leitores já deu certo. Outro ponto é o fortalecimento cultural e do Território Indígena Barra Velha. O festival literário traz visibilidade para a qualidade da educação, do ensino. Desde o primeiro ano do Caju tenho ouvido jovens se interessarem pela literatura e buscar apoio e incentivo. O Festival traz esta integração e a descoberta de novos talentos”.
Melhores Momentos
Sairi ressalta que o 2º Festival Caju de Leitores teve momentos marcantes para ele. Um deles foi o Awê, que trouxe muita integração entre os participantes.
“A presença dos encantados também foi sentida em diversos momentos na Oca Tururim. Outro momento foi o fechamento do evento, que contou com grande participação, além da homenagem feita por Auritha Tabajara, que fez todos se emocionarem com uma música/cordel escrito especialmente para o momento”, comentou.
Sairi explica que o maior desafio para o próximo ano é reunir todos esses escritores e anciãos e fazer um encontro ainda melhor.
Para Joanna Savaglia, o mais marcante nesta segunda edição foi a participação constante das lideranças pataxós e a integração com os parentes de outros povos. "É bonito o caminho que o povo Pataxó está fazendo para resgatar a sua língua, o Patxohã".
“O desafio para as próximas edições é continuar sendo um espaço de visibilidade para os povos indígenas e oferecer mais ferramentas para o crescimento das pessoas que participam do festival”, finaliza.
Gratuito, o evento teve patrocínio do Instituto Cultural Vale e da MMB Metals com incentivo da Lei Rouanet e Ministério da Cultura. Mais informações sobre o evento pelo site www.cajuleitores.com.br e pelo Instagram @cajuleitores.
Por: Débora do Carmo
Assessoria de Imprensa
Festival Caju de Leitores
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