Você está vivendo um amor ou uma fuga de si mesmo?

Por: izabelly Redação
19/06/2025 - 10:54:19

É fácil confundir amor com necessidade. Em muitos casos, o que parece ser um grande amor é, na verdade, uma tentativa desesperada de fugir de si mesmo. A carência, o medo da solidão e o desejo de preencher vazios internos podem nos levar a embarcar em relacionamentos que mais escondem nossas dores do que curam. E aí surge a pergunta que poucos têm coragem de fazer: você está vivendo um amor verdadeiro ou apenas fugindo de si?

Quando o amor é escudo, não escolha

Um amor saudável nasce da liberdade, da conexão genuína, do respeito mútuo e da vontade de compartilhar a vida com o outro — não da urgência de preencher lacunas internas. Quando usamos alguém como anestesia emocional, o relacionamento perde a leveza e se torna uma dependência disfarçada. A pessoa vira um refúgio para escapar de inseguranças, frustrações e questões mal resolvidas com nós mesmos. E, muitas vezes, nem percebemos.

Estamos tão ocupados tentando manter o outro por perto que não olhamos para dentro. Não encaramos nossas dores, não tratamos nossos traumas, não curamos feridas abertas. Ao invés disso, esperamos que o relacionamento nos salve. Mas isso não é amor, é fuga. Fugimos da solidão, do silêncio, das verdades incômodas que vêm quando estamos sozinhos. O outro passa a ser um espelho quebrado, que reflete uma imagem distorcida de quem realmente somos.

Os sinais de um relacionamento que esconde um vazio

Existem alguns sinais que podem indicar que você não está vivendo um amor verdadeiro, mas sim um escape emocional. Por exemplo:

  • Você sente um medo constante de perder a pessoa, como se sem ela você não existisse.

  • Não consegue mais imaginar a vida sozinho, nem mesmo por um tempo curto.

  • Tolera desrespeitos e abusos emocionais por medo do abandono.

  • Vive em função do relacionamento, anulando desejos, planos e identidade.

  • Usa o namoro ou casamento como válvula de escape para não lidar com questões pessoais.

  • Tem crises de ansiedade quando está longe da pessoa, mesmo que por pouco tempo.

  • Sente que precisa "provar" seu valor o tempo todo para ser amado(a).

Esses são indícios claros de que a relação está sendo usada como uma espécie de fuga emocional. E isso, cedo ou tarde, cobra um preço alto: o esgotamento emocional, a perda da própria identidade e uma sensação constante de insatisfação.

O perigo de se perder em alguém

Quando nos entregamos a um amor na tentativa de fugir de nós mesmos, estamos correndo o risco de nos perder por completo. Nos moldamos um ao outro, nos adaptamos, nos calamos, nos diminuímos. Vivemos pelo “nós”, mas esquecemos do “eu”. E quanto mais distante ficamos de quem somos, mais difícil é sustentar a relação. Porque o amor verdadeiro só pode existir quando há duas pessoas inteiras, e não duas metades tentando se completar.

A idealização também entra em cena. Projetamos no outro todas as nossas expectativas de salvação. Queremos que ele nos cure, nos valorize, nos faça felizes o tempo todo. Mas isso não é responsabilidade de ninguém além de nós mesmos. E, quando essa projeção falha — como inevitavelmente acontece —, o que sobra é frustração, ressentimento e desilusão.

O amor começa dentro de você

A chave para viver um amor verdadeiro é, antes de tudo, cultivar o amor-próprio. É olhar para dentro, acolher suas feridas, lidar com suas inseguranças e aprender a gostar da própria companhia. Quando você se sente completo sozinho, o outro se torna uma escolha, não uma necessidade.

Relacionamentos saudáveis são construídos a partir de duas pessoas que se respeitam, se admiram e se acompanham na jornada da vida, sem a expectativa de que um vá curar o outro. São relações em que existe espaço para a individualidade, para o crescimento pessoal e para o apoio mútuo — e não para o sufocamento ou a dependência.

Estar em paz consigo mesmo é o primeiro passo para viver um amor verdadeiro. É a partir dessa base sólida que é possível construir algo duradouro, leve e recíproco. O amor deixa de ser fuga e passa a ser encontro. Não um encontro que anula, mas que soma. Que respeita a história do outro sem apagar a sua.

Reflita: quem é você sem esse relacionamento?

Responder a essa pergunta com sinceridade pode revelar muito. Se a resposta for: “não sei”, talvez esteja na hora de olhar para dentro. Talvez seja o momento de desacelerar, de ficar um tempo sozinho, de se ouvir com mais carinho. Amar alguém é maravilhoso, mas não deve ser um substituto para o amor que você precisa ter por si mesmo.

Porque no fim das contas, nenhum amor do mundo vai preencher o vazio que só o autoconhecimento e o autocuidado podem curar.  gpgbh

Conclusão

Antes de se perguntar se encontrou o amor da sua vida, pergunte-se se você está sendo o amor da sua própria vida. Fugir de si mesmo pode até aliviar a dor temporariamente, mas viver um amor verdadeiro exige coragem para se encarar de frente. Não existe atalho: o caminho para o outro começa dentro de você.

PUBLICIDADE

Últimas Notícias



PUBLICIDADE

Copyright © 2003 / 2025 - Todos os direitos reservados
NossaCara.com é propriedade da empresa Nossa Cara Ponto Comunicações e Serviços Ltda.
CNPJ: 07.260.541/0001-06 - Fone: (73) 98866-5262 WhatsApp