Mercado abre o dia em baixa e especialistas avaliam cenário para os próximos meses
Por: Urbino Brito
O mercado do café inicia a quarta-feira (3) em ritmo de queda, refletindo oscilações nos cenários interno e externo que influenciam diretamente a formação dos preços. Os dois principais tipos de café comercializados no Brasil, arábica e robusta, registraram desvalorização no início do dia.
O café arábica, referência para contratos futuros e amplamente cultivado em regiões tradicionais como Minas Gerais e São Paulo, abriu a manhã com baixa de 1,45%. A saca de 60 quilos está sendo negociada a R$ 2.299,01 na capital paulista, segundo dados de mercado. Esse movimento de retração pode estar associado a ajustes técnicos e à pressão da oferta, além de fatores externos, como a variação cambial.
Já o café robusta, mais produzido em estados como Espírito Santo e Rondônia, também registrou queda expressiva. A saca de 60 quilos abriu o dia a R$ 1.431,92, após recuo de 2,88%. Considerado um produto de grande importância para a indústria de cafés solúveis e blends, o robusta sofre influência direta da demanda internacional e da competitividade frente ao arábica.
Especialistas do setor acompanham de perto os movimentos do mercado, que podem ser impactados por fatores como clima nas regiões produtoras, projeções de safra, câmbio e comportamento dos estoques globais. Essas variáveis tornam o mercado do café bastante sensível e sujeito a rápidas mudanças de preço.
De acordo com analistas, o cenário para os próximos meses deve permanecer de volatilidade. Caso o clima siga favorável às lavouras brasileiras, a pressão de oferta pode manter os preços em patamares mais baixos. No entanto, a valorização do dólar frente ao real e o aumento da demanda internacional podem sustentar reações positivas no médio prazo, especialmente para o arábica, que costuma ter maior valorização no mercado externo.
Para os produtores brasileiros, esse cenário exige cautela na comercialização e atenção às oportunidades de venda em momentos de alta. Já para os consumidores, embora o movimento de queda nos preços possa trazer algum alívio, o impacto no varejo costuma ser mais lento, já que os custos de produção, logística e exportação também pesam na formação do preço final do café que chega à mesa do brasileiro.